terça-feira, 26 de novembro de 2013

Os cinco pressupostos do diálogo freiriano

UFC - Universidade Federal do Ceará 
Instituto UFC Virtual 
Pró-Reitoria de Pós-Graduação 
Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados 
Divisão de Planejamento e Ensino 
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2013.2 
Turma: T-31 - Química 
Aula 03:
Tópico 01: Amor, Humildade, Fé nos Homens, Esperança e um Pensar Crítico.
Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos 
Cursista: Allen Lopes de Barros




Olá a tod@s!

Espero que estejam bem!

As discussões em nosso curso de formação continuada de tutores têm sido espaço de muito aprendizado com a troca de experiências entre os colegas, especialmente por meio dos fóruns de discussão e também por chat.

Nas últimas semanas, tem sido possível a nós, tutores, vivenciar como alunos a importância da comunicação – estimulada pelo formador e praticada por nós alunos do curso de formação continuada – em nosso aproveitamento e desenvolvimento. Assim sendo, é muito conveniente que na atual etapa do curso estejamos direcionando nossa atenção às considerações de Paulo Freire sobre a dialogicidade, sua importância no processo de ensino-aprendizagem e alguns pilares que fundamentam o diálogo eficaz em Educação.

Para Paulo Freire, ensinar exige disponibilidade para o diálogo entre o educando e o educador, e este diálogo baseia-se em cinco pressupostos, ou pilares, a saber: amor, humildade, fé nos homens, esperança, pensar crítico. A partir de hoje, em uma pequena série de postagens aqui no “Fazer EaD” eu gostaria de compartilhar algumas impressões sobre cada um desses pilares, e – principalmente – ter de você, leitor, o comentário que transformará este discurso em diálogo.

AMOR

Neste primeiro post eu gostaria brevemente de iniciar pelo pilar AMOR. Não apenas para obedecer à sequência da lista enumerada por Freire, mas porque acredito profundamente que o Amor é a origem de vários dos outros pilares citados.

Primeiro, acho importante percebermos que Paulo Freire não exclui a necessidade de capacitação técnica do educador, mas “compreende o querer bem aos educandos como algo que dá sentido à prática educativa” (David e Castro-Filho, 2009). Em sua “Pedagogia da Autonomia”, Paulo Freire (2006) pondera que “Não há diálogo se não há um profundo amor ao mundo e aos homens”.

De fato, o ser humano é um ser de relações complexas, e sabemos que no processo educativo muitos aspectos estão envolvidos na comunicação educador-educando: contexto cultural de cada um, valores, convicções, aptidões, diferentes graus de conhecimento sobre diferentes assuntos, realizações, frustrações, inseguranças, certezas, expectativas, temperamentos, etc. Diante de tantas diferenças, como fazer para que a comunicação ocorra de forma livre, superando-se paradigmas e intolerâncias, favorecendo a exposição de ideias, o diálogo e o desenvolvimento de novas ideias?

Educar é um ato que exige generosidade. Trabalhar em prol do desenvolvimento de uma outra pessoa é compartilhar, é conduzir, orientar, e a presença do amor pelo próximo, isto é, o interesse genuíno de que o educando seja beneficiado com a formação que recebe, certamente é fator determinante para diferenciar a educação dialógica da educação praticada sistematicamente, sem que se entenda o aprendiz como pessoa que é, mas apenas como uma antena “receptora de ensinamentos”.

Assim, creio que um professor que ama sua profissão ama o centro de sua atuação docente, que são os alunos, e em sua prática se coloca em uma postura de diálogo aberto, no qual os alunos sentem-se chamados a externar ideias, participar, questionar, discutir, aprender.

Abraços, e até logo!

Referências

David, P. B.; Castro-Filho, J. A. Dialogicidade em práticas interativas da área de exatas.

Freire, P. F. (2007). Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1ª edição: 1996.

Um comentário:

  1. Excelente! Allen, vc está de parabéns além de ser um profissional comprometido e preocupado com a aprendizagem dos alunos, é muito bem articulado.

    Um forte abraço!
    Elizabeth Gomes

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