segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Os cinco pressupostos do diálogo freiriano - Final

UFC - Universidade Federal do Ceará 
Instituto UFC Virtual 
Pró-Reitoria de Pós-Graduação 
Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados 
Divisão de Planejamento e Ensino 
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2013.2 
Turma: T-31 - Química 
Aula 03:
Tópico 01: Amor, Humildade, Fé nos Homens, Esperança e um Pensar Crítico.

Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos 
Cursista: Allen Lopes de Barros




Boa noite colegas professores e professoras!

Este é nosso post final sobre os cinco pilares do diálogo em Educação, segundo Paulo Freire.

ESPERANÇA

Quando em postagem anterior falamos sobre o pilar “Fé nos Homens”, compreendi que esta é uma fé “no outro”, no próximo. Ou seja, uma credibilidade que damos aos outros indivíduos, acreditando que todos temos o mesmo direito e potencial de sermos melhores, crescermos, nos desenvolvermos.

O pilar “Esperança”, pelo que tenho entendido em nosso curso, é mais introspectivo. Diz respeito ao anseio de descobrirmos o novo naquilo que estudamos e vivemos, o novo em tudo que é nossa visão do mundo. A Esperança passa pela consciência de que somos limitados, de que nossos conhecimentos são incompletos, e desta forma nos move individualmente à sede de conhecer mais, de conhecer melhor, em um processo coletivo de aprendizado, de desenvolvimento por meio do diálogo.

Considero que o anseio de conhecer melhor possui relação com o quinto e último – mas não menos importante – pilar do diálogo freiriano:

PENSAR CRÍTICO

É claro que, especialmente tratando-se de Paulo Freire, não esperamos incentivo à chamada “Educação bancária”, na qual os conhecimentos são “depositados” nas mentes dos alunos. Deve ser privilegiado o processo de aprendizagem fundamentado no diálogo, para que seja favorecida a troca de impressões, vivências e conhecimentos.

O aluno deve ser auxiliado na busca da compreensão do mundo, e nesta busca deverá avaliar de maneira crítica o mundo que o cerca, uma vez que seu papel não é o de simples assimilador de conhecimentos repassados, mas de construtor de seu próprio conhecimento. Ao professor cabe, também, o pensar crítico quanto à sua atuação profissional, o qual é, a meu ver, uma das principais razões pelas quais estamos participando deste curso de formação continuada.

Abraços a todos, e até breve!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Os cinco pressupostos do diálogo freiriano - Parte 3

UFC - Universidade Federal do Ceará 
Instituto UFC Virtual 
Pró-Reitoria de Pós-Graduação 
Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados 
Divisão de Planejamento e Ensino 
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2013.2 
Turma: T-31 - Química 
Aula 03:
Tópico 01: Amor, Humildade, Fé nos Homens, Esperança e um Pensar Crítico.

Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos 
Cursista: Allen Lopes de Barros




Sejam bem vindos, colegas professoras e professores!

Prosseguindo com a discussão sobre os cinco pilares do diálogo segundo Paulo Freire...

FÉ NOS HOMENS

Segundo Paulo Freire, a abertura ao diálogo em Educação pressupõe a “Fé nos Homens”. Esta “fé” é relacionada ao princípio de que cada indivíduo, indistintamente, traz em si o potencial de se desenvolver, de ser melhor, de crescer como pessoa.

A Educação visa o desenvolvimento do aprendiz em todas as suas dimensões e, como temos visto, isto deve se dar por meio do diálogo pleno entre educando e educador. Desta forma, a Fé nos Homens se mostra necessária no processo educacional na medida em que a mesma motiva o educador a dar o melhor de si na prática docente, por acreditar que os alunos não apenas podem, mas merecem, têm o direito do acesso ao conhecimento e consequente desenvolvimento.

Pensando sobre este assunto, me vem à mente um exemplo de situação certamente comum a todos nós professores: um aluno, grupo de alunos ou mesmo uma turma inteira com a qual seja “mais difícil” de se trabalhar, em comparação com outros alunos ou turmas. Considerando a Fé nos Homens, entendo que ao professor cabe, em tal contexto, a iniciativa de buscar reverter a situação, e não “deixar em segundo plano” estes alunos, como uma espécie de “castigo” pela sua conduta reprovável. Afinal, se devemos ter Fé nos Homens, a partir daí podemos partir do princípio de que até estes alunos mais difíceis merecem nossa atenção e profissionalismo.

Não quero dizer que se deve “tratar a pão-de-ló” alunos descomprometidos, relaxados, rebeldes ou desrespeitosos, pois para tudo há limites. No entanto, a primeira atitude do professor deve ser a de conquistar o aluno, e não de desprezá-lo.

O que você acha desse pilar, a “Fé nos Homens”?

Grande abraço, e até logo!

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Os cinco pressupostos do diálogo freiriano - Parte 2

UFC - Universidade Federal do Ceará 
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Turma: T-31 - Química 
Aula 03:
Tópico 01: Amor, Humildade, Fé nos Homens, Esperança e um Pensar Crítico.

Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos 
Cursista: Allen Lopes de Barros





Olá a tod@s! Tudo bem?

Colega professor, dando prosseguimento ás postagens sobre os pressupostos para dialogicidade, iniciadas no post anterior, vamos ao próximo pilar apontado por Paulo Freire.

HUMILDADE

Humildade é palavra comum, usual. No entanto, possui diversas conotações, de forma que muitas vezes torna-se mal compreendida ou mal empregada. Grande engano é entendermos a humildade como atitude de quem sofre de baixa auto-estima; ou, ainda, entendermos o humilde como coitado, pobrezinho. Aliás, é muito comum usarmos o adjetivo “humilde” ao nos referirmos a coisas ou pessoas que nos pareçam em condição de inferioridade (“uma casinha humilde”), não é mesmo?

outros significados, dos quais gosto mais, que são o de humildade como sendo “a atitude de quem não supervaloriza nem desvaloriza algo ou alguém”, ou – ainda melhor – “atributo de quem conhece suas próprias limitações”.

Creio que todos nós, professores, concordamos com Paulo Freire: o ato de ensinar requer disposição para o diálogo. Isto nos pode parecer até óbvio, pois a comunicação, de alguma forma, se dará por diálogos entre professor e aluno. Mas não estamos falando aqui do diálogo imperativo, utilizado pelo professor para dar comandos aos alunos e para receber destes a confirmação da instrução recebida. Muito menos estamos falando do ato natural – e social – de alternar fala e escuta.

Livre diálogo

Está em questão aqui o diálogo – não apenas oral, mas também por meio de diferentes ferramentas de interação, especialmente em EaD – como sendo abertura para contextualizações, espaço para posicionamentos, questionamentos, vivências. Como educadores, sabemos da importância de buscarmos a contextualização dos conteúdos de nossas disciplinas, tanto para dar mais sentido ao que se estuda, como para potencializarmos o desenvolvimento dos alunos. Neste contexto, o diálogo em suas diferentes formas é imprescindível em Educação e pressupõe humildade, pois não há diálogo livre se um dos lados se considera superior ou inferior à parte com que dialoga.

Humildade e Motivação

Portanto, até por experiência própria acredito que você, colega, percebe que ao professor cabe não se deixar levar pela ideia de que é superior ao aluno – porque “sabe mais” que este –, assim como ao aluno é importante que perceba – e para isso a ajuda do professor é importante – que não se encontra em situação de constrangimento, de humilhação ou desvantagem, mas sim que se sinta livre e motivado para buscar seu desenvolvimento através do diálogo em toda sua amplitude.
Bem, isso é o que tenho refletido sobre a Humildade no diálogo em Educação.

O que você acha deste pilar, a humildade, no diálogo em sua prática docente?

Um abraço, e até logo mais!

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Os cinco pressupostos do diálogo freiriano

UFC - Universidade Federal do Ceará 
Instituto UFC Virtual 
Pró-Reitoria de Pós-Graduação 
Coordenadoria de Pesquisa, Informação e Comunicação de Dados 
Divisão de Planejamento e Ensino 
Curso: CFCT - Curso de Formação Continuada de Tutores Turma 2013.2 
Turma: T-31 - Química 
Aula 03:
Tópico 01: Amor, Humildade, Fé nos Homens, Esperança e um Pensar Crítico.
Professor Formador: Fernando Antonio de Castelo Branco e Ramos 
Cursista: Allen Lopes de Barros




Olá a tod@s!

Espero que estejam bem!

As discussões em nosso curso de formação continuada de tutores têm sido espaço de muito aprendizado com a troca de experiências entre os colegas, especialmente por meio dos fóruns de discussão e também por chat.

Nas últimas semanas, tem sido possível a nós, tutores, vivenciar como alunos a importância da comunicação – estimulada pelo formador e praticada por nós alunos do curso de formação continuada – em nosso aproveitamento e desenvolvimento. Assim sendo, é muito conveniente que na atual etapa do curso estejamos direcionando nossa atenção às considerações de Paulo Freire sobre a dialogicidade, sua importância no processo de ensino-aprendizagem e alguns pilares que fundamentam o diálogo eficaz em Educação.

Para Paulo Freire, ensinar exige disponibilidade para o diálogo entre o educando e o educador, e este diálogo baseia-se em cinco pressupostos, ou pilares, a saber: amor, humildade, fé nos homens, esperança, pensar crítico. A partir de hoje, em uma pequena série de postagens aqui no “Fazer EaD” eu gostaria de compartilhar algumas impressões sobre cada um desses pilares, e – principalmente – ter de você, leitor, o comentário que transformará este discurso em diálogo.

AMOR

Neste primeiro post eu gostaria brevemente de iniciar pelo pilar AMOR. Não apenas para obedecer à sequência da lista enumerada por Freire, mas porque acredito profundamente que o Amor é a origem de vários dos outros pilares citados.

Primeiro, acho importante percebermos que Paulo Freire não exclui a necessidade de capacitação técnica do educador, mas “compreende o querer bem aos educandos como algo que dá sentido à prática educativa” (David e Castro-Filho, 2009). Em sua “Pedagogia da Autonomia”, Paulo Freire (2006) pondera que “Não há diálogo se não há um profundo amor ao mundo e aos homens”.

De fato, o ser humano é um ser de relações complexas, e sabemos que no processo educativo muitos aspectos estão envolvidos na comunicação educador-educando: contexto cultural de cada um, valores, convicções, aptidões, diferentes graus de conhecimento sobre diferentes assuntos, realizações, frustrações, inseguranças, certezas, expectativas, temperamentos, etc. Diante de tantas diferenças, como fazer para que a comunicação ocorra de forma livre, superando-se paradigmas e intolerâncias, favorecendo a exposição de ideias, o diálogo e o desenvolvimento de novas ideias?

Educar é um ato que exige generosidade. Trabalhar em prol do desenvolvimento de uma outra pessoa é compartilhar, é conduzir, orientar, e a presença do amor pelo próximo, isto é, o interesse genuíno de que o educando seja beneficiado com a formação que recebe, certamente é fator determinante para diferenciar a educação dialógica da educação praticada sistematicamente, sem que se entenda o aprendiz como pessoa que é, mas apenas como uma antena “receptora de ensinamentos”.

Assim, creio que um professor que ama sua profissão ama o centro de sua atuação docente, que são os alunos, e em sua prática se coloca em uma postura de diálogo aberto, no qual os alunos sentem-se chamados a externar ideias, participar, questionar, discutir, aprender.

Abraços, e até logo!

Referências

David, P. B.; Castro-Filho, J. A. Dialogicidade em práticas interativas da área de exatas.

Freire, P. F. (2007). Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1ª edição: 1996.